Conjuntivite é uma inflamação de uma membrana mucosa que reveste a superfície interna das pálpebras e do globo ocular, chamada “conjuntiva”. Faz parte do diagnóstico diferencial de “olho vermelho”. Os olhos normalmente são brancos, mas quando existe uma inflamação na superfície, eles se tornam mais avermelhados. Além do olho vermelho, também pode surgir secreção/”remela” e inchaço/edema da conjuntiva e das pálpebras. As conjuntivites podem ser infecciosas (virais e bacterianas), alérgicas e químicas.
As conjuntivites infecciosas são as mais comuns e podem ser causadas principalmente por bactérias ou vírus. O diagnóstico diferencial entre a conjuntivite viral e bacteriana é importante, já que na bacteriana o uso de colírios antibióticos está indicado, uma vez que as bactérias são sensíveis aos antibióticos. O tratamento diminui o período de contágio e acelera a recuperação. Na conjuntivite viral, o uso de colírio de antibióticos não está indicado, já que os vírus não respondem a estes medicamentos. O período de contágio e incubação é variável. O contágio se dá tanto por contato direto ou por via respiratória. Durante esse período, os pacientes com conjuntivite devem evitar o contato com a secreção ocular, lavar as mãos com frequência, toalhas e roupas de cama devem ser separadas, evitar contato com outras crianças e adultos e deixar de usar lente de contato. Em algumas conjuntivites, principalmente nas virais, pode haver a formação de membranas na conjuntiva que muitas vezes precisam ser removidas. Nas conjuntivites virais também pode haver a formação de infiltrados na córnea causando diminuição da transparência, levando a baixa visual e sensibilidade à luz (fotofobia).
As conjuntivites podem também ser de origem alérgica, geralmente em crianças acima de 4-5 anos. Nesses casos, um dos principais sintomas, além do olho vermelho é a coceira/prurido ocular. Geralmente, são crianças que possuem outros quadros de alergia (dermatite, rinite, bronquite) e o acompanhamento médico é importante. Os pais devem ser conscientizados do caráter crônico da alergia, não existindo cura, mas sim o controle da alergia (como em outras doenças crônicas como Diabetes e Hipertensão). Além dos diversos medicamentos disponíveis, os cuidados gerais (evitar bicho de pelúcia, cortinas, carpetes, animais domésticos, uso de capas para colchão/travesseiro) são importantes no controle da conjuntivite alérgica. Importante tomar cuidado com os efeitos colaterais de alguns colírios usados no tratamento da alergia como os corticóides que podem causar catarata e glaucoma. O prurido excessivo, comum na conjuntivite alérgica, pode estar associado ao desenvolvimento de “Ceratocone”, uma deformidade adquirida da curvatura normal da córnea e que pode causar baixa visual.
As conjuntivites químicas são aquelas causadas quando o olho é atingido por produtos químicos (cosméticos, produtos de limpeza, outros medicamentos) que provocam uma inflamação/queimadura química da conjuntiva/córnea. Nesses casos, o mais importante é o tratamento inicial que deve ser feito com a lavagem abundante dos olhos. O olho deve ser lavado imediatamente com soro fisiológico ou mesmo água corrente e só após a lavagem abundante o paciente deve ser encaminhado para uma avaliação oftalmológica completa.
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