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DESENVOLVIMENTO NORMAL DA VISÃO DO BEBÊ

  • Dr. Luis Ferreira de Sá
  • 11 de dez. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de mai. de 2020

Ao nascer, o bebê enxerga muito pouco. Da mesma forma que ao nascer a criança não sabe falar e andar, ela também não sabe enxergar. A visão é uma função extremamente complexa que requer além dos olhos normais, toda a parte cerebral da visão que interpreta e transforma os estímulos recebidos em visão propriamente dita. Ao nascimento, a visão do bebê é uma visão de vultos. Nos primeiros seis meses de vida, se todo o sistema visual é normal e os olhos estão alinhados, ocorrerá um grande desenvolvimento visual na criança, atingindo o potencial da visão do adulto ao redor dos 2 anos de idade (figura).


Como é possível avaliar a visão do bebê ?


A visão do bebê pode ser avaliada desde os primeiros meses de vida, seja por métodos comportamentais, através da observação da atenção e da fixação com os dois olhos abertos e com cada olho separadamente. A visão também pode ser avaliada por métodos mais sofisticados como o Potencial Visual Evocado de Varredura e os Cartões de Teller que conseguem quantificar a visão de cada olho e comparar com os valores normais da idade.


E se apenas um dos olhos apresentar algum problema ?


Esta é uma das principais dificuldades na avaliação e percepção dos pais. Desde que a criança tenha um olho com visão normal, este olho acaba compensando a visão do olho afetado e com visão baixa. A criança aparenta ter uma visão normal, sem que ninguém perceba alguma alteração.


O que pode atrapalhar o desenvolvimento normal do bebê e da criança ?


Estrabismo (olhos desalinhados), diferença de erro refrativo (“grau”) entre os dois olhos (anisometropia), ou erros refrativos elevados não corrigidos são os principais fatores que podem atrapalhar o desenvolvimento visual normal. Quando existe uma baixa visual unilateral ou bilateral por essas causas chamamos de Ambliopia. Outras problemas como catarata congênita, ou quando uma das pálpebras superiores não abre bem (“ptose palpebral”) também podem atrapalhar o desenvolvimento visual normal. No caso da catarata congênita, principalmente unilateral, o tratamento deve ser muito precoce. Se essa opacidade unilateral persiste por mais tempo, a diferença de estimulação visual entre o olho sadio e o olho afetado é tão grande que o resultado do tratamento é limitado.


É possível reverter ou tratar um desenvolvimento visual anormal ?


Sim. O primeiro passo é avaliar se o desenvolvimento visual está normal, de acordo com a idade da criança. Caso exista uma diferença de visão entre os dois olhos, quanto mais precoce for o diagnóstico e o início do tratamento, maiores são as chances de um bom resultado.


Quando deve ser feito o exame no bebê ?


O teste do reflexo vermelho deve ser o primeiro exame oftalmológico e deve ser feito ainda na maternidade, antes da alta do berçário. Entre 1 e 2 anos, toda criança deve fazer um exame completo e ter sua visão avaliada, pois diferenças significativas entre os olhos podem passar despercebidas. Depois, reavaliações periódicas devem ser feitas, dependendo dos achados iniciais e de fatores de risco associados, como história familiar de erros refrativos e estrabismo.


Como é feito o tratamento, caso exista alguma alteração ?


O tratamento é essencialmente o tratamento da ambliopia. Pode ser feito através do uso de óculos, oclusão, colírio e em alguns casos como na catarata ou ptose palpebral, através de cirurgia.




Teller DY. Investigative Ophthalmology & Visual Science, October 1997, Vol. 38, No. 11


 
 
 

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