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  • Dr. Luis Ferreira de Sá

ESTRABISMO

Atualizado: 13 de mai. de 2020

Estrabismo é o termo usado quando os olhos não estão alinhados, ou seja, quando um olho está alinhado e o outro não. O estrabismo pode ser convergente (“Esotropia”), quando um dos olhos desvia para dentro, divergente (“Exotropia”) quando um dos olhos desvia para fora, ou ainda vertical (“Hipotropia” ou “Hipertropia”) quando um dos olhos desvia para cima ou para baixo (Figura). Estima- se que aproximadamente 2-3% da população apresente estrabismo.


O que causa Estrabismo ?


Nos primeiros 3-6 meses de vida a criança pode apresentar um estrabismo intermitente que é considerado fisiológico ou normal, em função de uma imaturidade do cérebro para coordenar os movimentos oculares. A partir de 6 meses, qualquer estrabismo deve ser considerado anormal e a criança deve ser avaliada por um oftalmologista. Na maior parte dos casos de estrabismo em crianças, isto é um problema isolado, sem relação a outras doenças ou síndromes genéticas. Existe apenas uma alteração na “coordenação” dos movimentos oculares, cujo mecanismo ainda não é muito bem conhecido. Crianças muito prematuras, que apresentam problema neurológicos como convulsões, hidrocefalia, atraso global, síndromes genéticas, apresentam risco maior de desenvolver estrabismo. Crianças maiores e adultos podem desenvolver estrabismo por outras causas como traumas, problemas neurológicos ou doenças sistêmicas.


O estrabismo pode afetar a visão ?


Sim. O estrabismo quando aparece nos primeiros anos de vida, na época que está ocorrendo o desenvolvimento visual, a visão do olho que está desviado é “desligada” pelo cérebro, fenômeno conhecido como “supressão”. Ao “desligar” a visão do olho desviado, não ocorre a estimulação normal da parte cerebral da visão, causando o que é conhecido como “olho preguiçoso”, chamado na linguagem médica de Ambliopia.


No adulto que apresenta todo o sistema visual já desenvolvido, quando ocorre um estrabismo adquirido, o cérebro não consegue desligar a imagem do olho desviado, surgindo então uma “visão dupla” (Diplopia).


Estrabismo de pequeno ângulo e “Falso” estrabismo


Há estrabismos de grande ângulo, aqueles que são facilmente percebidos pelos pais e os de pequeno ângulo. Os estrabismos de pequeno ângulo, também conhecidos como microestrabismo, passam despercebidos, pois esteticamente não chamam a atenção. Do ponto de vista visual, o estrabismo de pequeno ângulo é tão danoso para o desenvolvimento visual como o de grande ângulo. Os estrabismos de pequeno ângulo podem ser até piores, pois como passam despercebidos, o diagnóstico é feito tardiamente.


O falso estrabismo, conhecido como “pseudo” estrabismo não é um estrabismo real. Esse falso estrabismo ocorre em função das variações anatômicas do rosto dos bebês. À medida que a criança cresce e que adquire o aspecto de criança maior, a “sensação” de desvio desaparece. O diagnóstico diferencial entre estrabismo de pequeno ângulo e falso estrabismo é muito importante, uma vez que o falso estrabismo não interfere no desenvolvimento visual e portanto, não necessita de tratamento


Como o estrabismo é tratado ?


Nas crianças abaixo de 8 anos de idade, o primeiro passo é garantir que a criança desenvolva boa visão em ambos os olhos e não desenvolva Ambliopia (“olho preguiçoso”). Quando existe Ambliopia, o tratamento deve ser feito com a oclusão do olho fixador (“olho bom”), justamente para estimular a visão do olho desviado. Colírios que embaçam a visão também podem ser usados no olho bom como alternativa. Geralmente a oclusão não altera o desvio propriamente dito, exceto em alguns casos de estrabismo divergente intermitente. Em relação ao estrabismo, o tratamento pode incluir uso de óculos e até cirurgia.



Estrabismo Convergente

Estrabismo Divergente

Estrabismo Vertical (Olho esquerdo mais alto)


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